sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Moncho e a Mancha



Que ninguém diga, que não sabe quem é. Há sempre maneira de se encontrar.
Para uma criança Moncho e Mancha conta a história da descoberta de um menino que pintou uma mancha...
Podemos nós pôr uma criança a pintar uma mancha e a fazer sair dela um personagem?

sábado, 13 de setembro de 2008

Os Fantoches e a literatura

Gargantua, uma das famosas figuras de Rabelais, em marioneta gigante!!!

Os fantoches, como de resto, todo o Teatro de Bonecos não recorrem sòmente ao improviso, mas também aproveitam grandes obras literárias. Nas peças de Rabelais, considerados um dos expoentes máximos do Humanismo na Europa, têm-se inspirado diversos autores de textos para este género teatral. Nos últimos anos, muitas companhias francesas representaram passagens daquelas peças. Rabelais imprimiu em cada passagem da sua obra uma crítica pertinente, especialmente através da personagem de Pantagruel, crítica que se adapta perfeitamente aos objectivos do Teatro de Bonecos.Mas além de Rabelais, os responsáveis pelas companhias de Teatro de Bonecos estão actualmente a recorrer a Cervantes, Marivaux e muitos outros escritores, conseguindo êxitos assinaláveis.Histórias ricas de ensinamentos e situações sociais, são, assim, transpostas para a actualidade. É esta uma das grandes funções do Teatro de Bonecos.Há que recuperar o Teatro de Bonecos, mas há também que não esquecer as grandes obras literárias que aquele género teatral, pelo seu poder animador, pode difundir, contribuindo para o enriquecimento cultural dos povos.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bonecos das Preocupações







Andava eu à procura da Lenda dos "Bonecos das preocupações "quando encontrei o blog "os-olhos-da-alma" onde a autora publicou o que se segue mais abaixo. Achei interessante,pois conheço histórias que falam disto. Por exemplo, "As preocupações do Billy". Que aconselho a todos!!!


Como psicóloga, o que posso dizer é que tudo o que à noite se informar o subconsciente para ser resolvido, o próprio subconsciente durante o sono procurará a sua resolução e assim poderá acontecer a solução... e... podem ir à procura em livros sobre a mente e o subconsciente

Bonecas anti-preocupações!!

Este fim de semana recebi um presente diferente e curioso de uma amiga, assim uma gnoma que tem sempre alguma coisa escondida para dar...
Estas “WORRY DOLLS” bonecas originárias da Guatemala que são oferecidas ás crianças para que á noites lhes contem as suas preocupações(isto porque as crianças também as tem!), e usadas também pelos Maias, pois quando estes eram perseguidos pelos piores problemas e preocupações, eram estas bonecas que ouviam todos os seus desabafos, antes de serem colocadas debaixo da almofada, durante toda a noite.
De manhã as preocupações tinham desaparecido e sido levadas para bem longe pela WORRY DOLL!
Andei a investigar na net, e realmente ainda hoje este povo faz isto...que giro.
A noite passada, dei comigo, sentada na cama, antes de dormir com a boneca na mão e a contar-lhe coisas, em jeito de reflexão...ahahah!Desatei a rir da minha figura.
Dormi com ela debaixo da almofada, e hoje quando acordei, não é que as minhas preocupações estivessem todas resolvidas, mas senti-me leve e capaz de as resolver na hora!
E o dia correu bem, e fui capaz de resolver rapidamente algumas coisas pendentes.´
Se é assim, então a boneca vai dormir sempre debaixo da almofada...ahah!
Psicológico ou não...gosto de pequenas magias =)
Obrigado Gnoma!a eu à procura

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Marionetas de Fios


Entre as muitas variedades de fantoches, as marionetas de fios são as mais versáteis e originam, elas próprias o maior número de variações na construção de espectáculos.
A sua representação pode ser única em graça, mas não pode ter acção espontanea, porque alguns movimentos mais rápidos e enérgicos são passíveis de originar o emaranhamento dos fios.
As marionetas de fios são bonecos articulados e controlados por fios de número variável, de comando mais complicado, chamado cruz, estrela ou aeroplano. A sua manipulação pode atingir uma extrema perfeição técnica. Desde a antiguidade que existem referências a este género de marionetas, cuja origem parece ser a estatuária animada.Em regra, a marioneta não parece natural se tiver proporções humanas: assim, a cabeça, as mãos e os pés sãoconstruídos em dimensões levemente mais largas que as humanas e as pernas deverão ser mais curtas.O tamanho adequado para as mãos é, normalmente, o comprimento que vai do queixo até meio da testa, devendo os pés ser um bocadinho mais compridos. Claro que isto não é uma regra rígida, pois qualquer parte da marioneta pode ser exagerada, mas deve haver sempre uma razão teatral para as proporções escolhidas e é justamente a excepção à regra e as variações que se tornam importantes.Assim, durante a construção as marionetas deverão ser inspeccionadas à distância e, se possível, debaixo da luz de projectores porque isso ajuda a ter a dimensão dos exageros que é necessário fazer.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

As mil e umas funções do Fantoche








Pinóquio, o favorito das crianças, foi um boneco a quem foi dada a vida. Segundo a história de Carlo Collodi, ele pôde andar e falar sem ser necessária a manipulação de mão alguma para o guiar; ele representa a imagem vivida de uma arte tão fantástica que até dá vida aos bonecos.Mas Pinóquio era mágico, porque encontrou a vida através do amor do homem que o criou.Como será possivel um Teatro de bonecos se o seu criador não o manipular, fazendo-o andar,falar, cantar edançar? Sem o bonecreiro, os bonecos ficariam esquecidos na escuridão de um canto ou simplesmente condenados a brinquedos de criança.Os bonecos vivem sòmente nas mãos do manipulador. É através dele que eles recebem corpo e alma e graças ao seu talento eles tornaram-se independentes e o centro de uma representação artistica onde se ignora a presença do bonecreiro.Não se sabe quem foi o primeiro bonecreiro. Uma hipótese é que talvez fosse alguém que ao observar uma criança a brincar com um boneco tivesse tido a ideia de dar a essa função um sentido mais dramático.Talvez seja importante anotar os bonecos articulados representando figuras ancestrais, como deuses e feiticeiros que os nossos antepassados fizeram para as celebrações da morte.Talvez o espectáculo de Teatro de Bonecos tivesse nascido nãocomo factor recreativo mas como uma exaltação do culto. Aliás os Padres e os religiosos muito antigos sabiam o efeito que os bonecos movimentados oroduziam nas pessoas, e ainda hoje, os povos da África e da Austrália, usam bonecos nas festividades religiosas.Tanto quanto se sabe, tem-se passado o mesmo com os escandinavos, que fazem com que se acredite na vida divina através de bonecos animados.Aliás, na velha Alexandria havia igualmente bonecos articulados com fios para os festejos das cerimónias do Deus Baco. Os romanos representavam o deus Manduco - que acreditavam comer crianças - com uma estátua cuja boca se abria e fechava.E assim, caminhando pelo mundo, factos semelhantes se têm passado desde a antiguidade até aos nossos dias.Mas nem toda esta trajectória foi um espectáculo de marionetas, como o não são os bonecos gigantescos das procissões de Viareggio ou de "Fiesta" de Pamplona.Um espectáculo de bonecos não são sòmente os bonecos a animarem ou a chamarem a atenção para um factor social. O verdadeiro espectáculo acontece quando um boneco com cabeça, braços e roupas não dorme nas mãos do bonecreiro.Um boneco adquire a vida, com o dedo indicador do bonecreiro a mexer a cabeça e o polegar e o médio a movimentarem os braços. A fala e os movimentos devem acontecer simultaneamente quando se mima o boneco com as mãos dentro dsas roupas. Com os movimentos dos dedos faz-se, ao mesmo tempo, alterar as expressões emocionais do boneco.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O FANTOCHE NA VIDA BOÉMIA



No mundo nocturno dos bares, da boémia das grandes cidades, os bonecos têm vindo a ocupar o seu espaço através dos tempos.Paris, que em todas as épocas tem sido palco das mais diversas actividades culturais, teve em 1894, em Montmartre um conhecido bar "Le Chat Noir", no qual foi montado um espectáculo musical com sombras chinesas que se intitulava "O Reino das Sombras". O seu animador, Père Romeu, actuou com o mesmo espectáculo em Nova Iorque e Chicago.Depois, associado a outro animador, Fue Utrillo, levou o seu espectáculo de bonecos - construído com base em contos populares e sobforma de silhuetas recortadas e articuladas em cartão que com a projecção de luzes desenhavam sombras - para a cervejaria "Els IV Gats" em Barcelona."Els IV Gats" começou então a desempenhar um papel extremamente importante na cultura, junto dos frequentadores da noite. Em Dezembro de 1897 começava uma nova fase da vida nocturna, onde com sucessivas actuações se foram desenvolvendo cada vez mais aperfeiçoadas as sombras artisticas, ao mesmo tempo que eram divulgados poemas, contos e músicas de grandes autores.A seguir aos espectáculos de sombras chegaram ao bar "Els IV Gats" os fantoches. Estes atrairam então um grande número de pessoas que não eram habituais neste género de locais, até mesmo pais trazendo filhos pequenos.E, assim, as grandes personagens da história do Teatro de Bonecos foram aparecendo, desde a "Commedia d'ell Arte" a improvisos encenados propositadamente para aquele bar.Os fantoches eram animados por uma familia chamada Pi, que assim ganhava a vida e que atingiu grande fama com as peripécias que imaginavam para os seus bonecos "Togo" e Cristofo". As críticas dos jornais da época eram cada vez mais eloquentes e na última semana de Novembro de 1896, um critico afirmou num jornal"Não tenho vergonha de dizer que poucos artistas dramáticos de carne e osso me fazem sentir tanto como aqueles bonecos de madeira sem pernas nem pés que fazem as comédias no "El IV Gats".O reportório dos Pi era extensissimo e no seu Palácio de Ilusão o triunfo crescia dia a dia, a tal ponto que "Els IV Gats" passou a ser procurado pelos intelectuais e grandes artistas catalães. Picasso foi um assíduo frequentador destes espectáculos.Todo este trabalho era feito com amor à arte, descobrindo nela em cada dia novos encantos, estudando novas formas para os espectáculos se tornarem mais atraentes.Este foi um dos muitos exemplos, pois antes deste muitos outros cafés e bares tiveram os seus grandes êxitos. Depois deste, outros se têm seguido, porque os fantoches figuram, desde sempre entre os grandes animadores de todas as camadas sociais e etárias.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Carácter do Fantoche




O Carácter do fantoche

Autor : Isabel Andrea Publicado em: setembro 01, 2008
Ads by Google

Os principais objectivos quando se cria um fantoche são a construção de uma figua que incarne o
carácter que pretende transmitir-se e a correcta manipulação dessa figura de modo a que os seus movimentos comuniquem carácter e emoções à audiência.O fantoche deve dar ao carácter que pretende reflectir-se uma expressão essencial e enfática.O bonecreiro tem de criar e interpretar caracteres e não imitá-los. Tem de seleccionar aquelas caracteristicas que considere mais convenientes para expressar a personalidade que imaginou. Tem uma considerável liberdade não só para desenhar os fatos dos seus actores mas também para criar as suas cabeças e caras, a forma do corpo, etc.Seja o que for que um fantoche representa, deve ser distintamente modelado, pois as figuras muito apagadas podem perder-se no palco. O fantoche necessita, pois, de modelação audaciosa e desenho exagerado, sob o risco de aparecer indefinido a uma audiência que esteja apenas a um passo de distância.O artista deve estudar a forma natural, mas sem se limitar a copiar o que vê. Ele deve procurar as estruturas subjacentes e depois trabalhá-las. Tomemos o exemplo de uma cara: o bonecreiro deve olhar para a estrutura básica, ver o que está a acontecer "por detrás" da face e a maneira como ele vai apanhar a sua forma.Deve estudar diferentes pessoas de todos os feitios, não com a ideia de copiar uma cabeça característica ou uma forma de corpo, mas sim ver como ela funciona. Deve tomar a pessoa duma forma profunda, ver se o que está na sua cara traduz o seu comportamento ou o seu estado de espírito. Se ele parece feliz, quais foram as mudanças que ocorreram na sua face? O que é que produz a expressão de felicidade? o que é que faz a cara parecer triste?.É uma ideia excelente coleccionar desenhos, fotografias, ideias, etc. Fotografias de animais, palhaços, pessoas com fatos de épocas diferentes, artigos de revistas sobre pintura de olhos e pintura em geral... Estilos de penteados e tudo aquilo que constitue utilidade como referência para a construção de um boneco.Expressar um carácter através do movimento do bonecreiro, tal como se tenta mostrar carácter pela aparência, implica o estudo das pessoas: pessoas calmas, pessoas emocionais, pessoas tristes ou contentes, audazes ou envergonhadas, cansadas ou repousadas. Deve ter-se em consideração o carácter da criação e ver que movimentos se devem adoptar para um fantoche. Deverá oboneco caminhar vagarosamente, curvado para a frente? Deverá andar enérgicamente, ou arrastando os pés? Deverá deslizar pelo chão? Como são os outros gestos? O bonecreiro deve ser capaz de estar apto a dar uma imagem completa, seja ela qual for, fazendo para isso um estudo unificado.Não se pretende com isto dizer que obonecreiro deva atingir a reprodução do movimento humano. Pelo contrário, ele será mais bem sucedido se conseguir, por meio da estilização de movimentos, manter todas as características peculiares do fantoche. É, noentanto, essencial evitar movimentos desnecessários, fazendo isso parte do processo de simplificação que deve estar sempre presente na mente do bonecreiro. Por exemplo, não deve sacudir a cabeça a cada silaba que pronunciar e não deve agitar continuamente as mãos.A forma como o boneco se move é tão importante para demonstrar o carácter como a sua verdadeira aparência e o bonecreiro deve aprender não só a trabalhar a sua figura habitual mas também a conseguir as acções significativas do seu estado de espírito e carácter.