terça-feira, 7 de abril de 2009

Mulher esperando. Barcelona, Março de 2009. Fotografia de K. Para o Filipe e a sua mãe, a Dona Glória

Há mães que são parecidas com a alegria, da mesma forma que se parecem com o silêncio algumas mulheres tristes. Há mulheres que se confundem ao longe com fotografias antigas, as roupas e as rugas como espelhos de um tempo que já passou. Mães que o foram há já muito tempo e o são ainda, sê-lo-ão sempre, perseguindo por caminhos sem retorno o fantasma do que um dia foi a adolescência dos seus filhos. Há mulheres que lutam por antigos sonhos que floresceram no jardim da infância que geraram, tentando resgatar quem nunca aprendeu as regras ou desistiu do jogo até antes delas. Há mães que levam estampada na cara a tristeza do que a vida levou e não trará de volta. Na sua clara ternura sabem que tudo o que sabem não tem importância nenhuma e não há forma de iludir essa distância. A distância é outra forma de dizer que os olhos ficaram para trás.

Publicado por K. en 04:05 9 comentarios
Monday, 16 March 2009

Retirado do Blog: "Uma Cidade de Sonho"

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