domingo, 6 de junho de 2010

O sensível

É com muito prazer que recebo os mails das alunas e também as convido a porem as suas observações aqui mesmo no blog. Recebi este lindo testemunho de uma também muito querida aluna...e com sua autorização resolvi publicá-lo. A autora é a Beatriz Tomás

Olá Isabel. Como não entreguei o diário do sensível, achei que devia pelo menos enviar este texto que escrevi depois de uma das aulas. Simplesmente porque senti o gosto, empenho e motivação com que a Isabel nos dá as aulas. Simplesmente porque senti que para a Isabel é importante, partilhar a alegria e o amor que tem pela educação através da arte. Simplesmente porque compreendi que a educação através da arte não é uma disciplina, mas sim uma forma de estar na vida, um novo olhar, uma perspectiva educada e prazerosa sobre tudo o que nos rodeia.


O Sensível


Dei por mim a reflectir sobre o significado do sensível. Inevitavelmente, ou não, mas sinto-o como tal, o sensível associou-se aos sentidos. Talvez isto tenha surgido assim pelo decorrer das aulas.
A aula do barro. Espaço onde nos foi pedido que o tempo parasse e onde os sentidos fossem sentidos. Ouvir o barro, cheira-lo, senti-lo em contacto com a pele. compreender a matéria sem a ver, dar-lhe a forma de um sentir... por fim o olhar. A forma, trabalhada num espaço imaginário, desprovida de visão. O confronto. Em que é que esta forma se constitui nesse espaço imaginário, em que é que se constituiu numa realidade visual. Com a visão acrescentou-se a componente estética à criação. Uma estética do sentir, quase que desprovida do seu valor, ou peso social, liberta das convenções do que a criação artística deve ser.
Da forma moldada no espaço do sonho, surgiu a figura moldada no espaço real. Um caminho contínuo.
Foi assim que criei uma Deusa do Sentir.

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